Definir qual a posição ideal dos
implantes de silicone é fundamental na Cirurgia de Mamoplastia de Aumento. É
mais uma das muitas decisões que você deverá tomar em conjunto com o seu
cirurgião plástico na primeira consulta médica. Para chegar ao posicionamento
ideal do seu implante mamário, são avaliadas questões como o tamanho dos
implantes, seu biótipo ou anatomia corporal, a qualidade de sua pele, além é
claro, de seus objetivos estéticos, para enfim chegarem ao consenso.
Portanto, ao se dirigir para a
consulta, ainda que tenha preferências prévias, saiba que será necessário
discutir com seu cirurgião plástico sobre as várias opções de posicionamento dos implantes mamários. Ainda que sua opinião seja
relevante, é importante confiar na experiência e no conhecimento técnico do seu
cirurgião, caso ele indique uma posição diferente daquela planejada por você. Um
detalhe importante é que próteses de mama NÃO interferem na amamentação,
qualquer que seja o plano escolhido.
As principais opções de
posicionamento dos implantes de mama, vantagens e desvantagens serão detalhadas
abaixo:
Existem 4 planos onde as próteses
podem ser implantadas:
1. abaixo da glândula mamária (subglandular)
2. abaixo da fáscia do músculo
peitoral (subfascial)
3. abaixo do músculo em si (submuscular ou retropeitoral)
4. metade abaixo da glândula e
metade abaixo do músculo (dual plane)
SUBGLANDULAR
Os especialistas comentam que a
principal característica levada em consideração na hora de verificar onde o
implante será colocado é a quantidade de tecido mamário que a paciente
apresenta.
No plano subglandular ou abaixo da
glândula mamaria, o implante é colocado entre o tecido mamário e o músculo
peitoral maior.
As vantagens desse plano é, por este plano ser o mais utilizado, devido
o fácil descolamento para a criação da loja para a colocação do implante, e também,
por permitir uma boa hemostasia durante a cirurgia (controle do sangramento). Esse posicionamento também é
uma boa alternativa para pacientes que desejam ter um colo mais marcado.
O pós-operatório costuma ser mais
confortável, menos doloroso, e dura poucos dias.
A
desvantagem
deste plano é que em pacientes muito magras e sem nenhum ou pouco tecido
mamário, o implante pode deixá-lo muito visível. E além do resultado poder se tornar
artificial, existe sempre a possibilidade de se formar pequenas dobras (rippling) na pele da paciente e maior risco de
contratura capsular.
SUBFASCIAL
No plano subfascial, o
implante é colocado na posição subglandular, abaixo da fáscia do músculo
peitoral (que é uma membrana fina e transparente - fáscia - que envolve o
músculo). Esta
técnica é mais utilizada nos
implantes posicionados pela axila, onde
se apresenta mais espessa e pode ser descolada para a colocação do implante.
As vantagens desta
técnica são controversas, mas seus defensores acreditam que a fáscia pode
ajudar na estabilidade, cobertura e posicionamento do implante.
A hemostasia é igual ao do plano
subglandular, porém, a dissecção desta fáscia é mais difícil, tornando a
cirurgia um pouco mais demorada. Outra vantagem deste plano
seria um resultado mais duradouro, pois a ptose mamária (caimento) demoraria
mais para acontecer, devido a sustentação que a fáscia oferece.
Em relação às pacientes muito
magras e com pouca glândula mamária, a fáscia também oferece uma barreira a
mais para evitar o aparecimento do rippling (ondulação).
Na prática esta técnica é pouco
utilizada pelos médicos no Brasil.
SUBMUSCULAR
O plano submuscular é o mais utilizado depois do plano
subglandular. As indicações e vantagens
para se colocar o implante neste plano são:
1. pacientes muito magras que
precisam de uma cobertura maior entre a pele e o implante para que este não se
torne visível, oferecendo maior naturalidade a médio e longo prazo, já que no
curto prazo a mama fica mais inchada
2. pacientes que desenvolveram
contratura capsular ou simastia no plano subglandular e que precisam trocar de
plano
3. pacientes com forte história familiar
de câncer de mama, pois necessitam
de uma proteção entre a glândula mamária
e o implante em si, para facilitar eventuais necessidades de punções para
biópsias
4. Neste plano, as pacientes ficam
livres de preocupações, com eficácia nos resultados de exames radiológicos
Além destes fatores, também
podemos citar a preferência do cirurgião. Na prática, alguns médicos têm a
preferência por este plano e acabam indicando por estarem mais familiarizados
com este tipo de dissecção.
A desvantagem
do plano submuscular é que o pós-operatório exige
maior cuidado, pois a contração do músculo peitoral, nesse período, pode
deslocar o implante para os lados, e com isso, pode modificar a aparência da
mama. Mais ainda, no período pós-operatório, a dor e o desconforto tem a tendência de ser mais intensa uma vez
que ocorre a distensão dos músculos durante a cirurgia. Sendo assim, a
recuperação se torna mais lenta, maior necessidade de
analgésicos e as restrições como dirigir ou fazer exercícios duram mais tempo.
A prótese submuscular também
apresenta uma característica que pode incomodar algumas pacientes, principalmente
aquelas de perfil corporal longilíneo, com mama de implantação mais baixa no
tórax. Essas pacientes, independente do volume escolhido para o implante,
sempre terão o colo mais baixo (lembre-se que a prótese é centralizada na
aréola) e quando desejarem o colo mais marcado, procurarão compensar essa
posição empurrando a mama para cima com auxílio do sutiã. No entanto,
encontrarão dificuldade em subir a mama para a posição desejada, pois o músculo
atua como uma barreira impedindo grandes elevações da mama.
Portanto, a escolha da prótese pelo plano submuscular tende a deixar a mama sempre em contornos mais naturais, mesmo nas ocasiões em que você desejar um colo mais marcado. Fique atenta a esses detalhes antes de sua decisão final, isso poderá influenciar o resultado de sua cirurgia no futuro.
Portanto, a escolha da prótese pelo plano submuscular tende a deixar a mama sempre em contornos mais naturais, mesmo nas ocasiões em que você desejar um colo mais marcado. Fique atenta a esses detalhes antes de sua decisão final, isso poderá influenciar o resultado de sua cirurgia no futuro.
Duplo Plano (Dual Plane)
Em casos que
combinam hipomastia (atrofia ou glândula mamária insuficiente), ptose moderada
e hipertrofia do músculo grande peitoral, a escolha da localização do implante
torna-se um verdadeiro desafio ao cirurgião plástico. Esse tipo de mama é comum
em pacientes atletas e que usam anabolizantes, explicando a atrofia da mama e a
hipertrofia do músculo. Caso o cirurgião opte pelo plano submuscular, poderá
obter um resultado desgracioso, com duplo contorno da mama, fortemente marcada
pela borda do músculo grande peitoral hipertrofiado. Por outro lado, caso o
plano subglandular seja o escolhido, obteria um resultado favorável nos
primeiros meses e um grande problema para administrar posteriormente, com
possibilidade de contratura capsular e deformidade das mamas em decorrência do
implante grande para correção da ptose associado a uma cobertura mamária muito
fina. Os autores Tebbets et. al. descrevem um artifício para esses
casos, que chamaram de dual
plane.
Esse
"plano duplo" tem como particularidade um pequeno descolamento da
parte inferior da mama sobre o músculo, fazendo com que este se retraia um
pouco mais superiormente, deixando o implante mais coberto pela mama, para preencher
o polo inferior e, assim, tratar melhor a ptose.
Não surge aí uma nova localização para o implante, mas sim, uma manobra para melhor adaptar o implante ao plano submuscular clássico, que também não deixa de ser um plano duplo, pois com a miotomia do grande peitoral, o implante não é coberto totalmente pelo músculo. É claro que, em casos de ptose acentuada, mastopexia para elevação das aréolas deve ser cogitada, sendo o plano submuscular bem indicado por interferir menos na vascularização das aréolas.
Não surge aí uma nova localização para o implante, mas sim, uma manobra para melhor adaptar o implante ao plano submuscular clássico, que também não deixa de ser um plano duplo, pois com a miotomia do grande peitoral, o implante não é coberto totalmente pelo músculo. É claro que, em casos de ptose acentuada, mastopexia para elevação das aréolas deve ser cogitada, sendo o plano submuscular bem indicado por interferir menos na vascularização das aréolas.
Portanto,
explicaremos um pouco mais sobre o plano dual plane:
No plano misto de colocação do implante, o posicionamento
é parcialmente submuscular (região superior e central da mama) e parcialmente
subglandular (região inferior e lateral da mama).
Através dessa técnica, é possível
obter os benefícios de cada uma das técnicas apresentadas (subglandular e
submuscular), o que permite reduzir determinados problemas existentes em cada
uma delas isoladamente.
As vantagens desse plano são resultados de mamas bastante
naturais, sem bordos visíveis ou palpáveis superiormente, principalmente no
colo. É indicada para pacientes com pouco tecido mamário. Além disso, diminui
consideravelmente a possibilidade de surgimento de ondulações visíveis na
superfície, também conhecidas como ”rippling”. Permite a colocação de volumes
maiores. Diminuem as chances de contratura capsular. O pós operatório é mais
confortável comparado com o plano totalmente submuscular
As desvantagens são que o pós-operatório pode ser um pouco mais
dolorido, pois ocorre a divisão do músculo peitoral. Esta técnica não permite uma grande
aproximação dos seios, ou seja, as mamas ficam mais afastadas.
Divisão Muscular (Muscle-splitting)
A técnica da divisão muscular (Muscle-splitting) pode ser
considerada a evolução da Dual-plane. Isso porque diferentemente da técnica de
duplo plano, onde o músculo é cortado para o posicionamento do implante, na
Muscle-splitting o músculo é apenas dividido ao longo de suas fibras, o que não
gera tantos traumas.
As vantagens deste plano é que o implante fica coberto pelo músculo peitoral apenas na sua porção mais superior, para evitar o efeito redondo ou mesmo as ondulações visíveis do implante (rippling).
Além disso, a divisão muscular não costuma gerar deformidade de contorno quando existe contração muscular (“a chamada “alteração dinâmica”), nem mesmo movimentação dos implantes.
As vantagens deste plano é que o implante fica coberto pelo músculo peitoral apenas na sua porção mais superior, para evitar o efeito redondo ou mesmo as ondulações visíveis do implante (rippling).
Além disso, a divisão muscular não costuma gerar deformidade de contorno quando existe contração muscular (“a chamada “alteração dinâmica”), nem mesmo movimentação dos implantes.
As
desvantagens deste plano é vista em pacientes com musculatura peitoral muito forte, pois
o músculo pode “empurrar” o implante para baixo. Além disso, em raros casos, o
músculo pode “escorregar” para trás do implante, deixando este totalmente
subglandular.
O cirurgião
plástico, ao escolher a localização do implante, deve levar em conta critérios
técnicos comprovados pela literatura médica e buscar associá-los com o perfil
da paciente. É importante ter domínio da colocação dos implantes pelos dois
planos, para que se tenha arsenal cirúrgico completo para tratar otimamente
todos os casos.
OBS: Apesar de "Prótese de silicone" não ser o termo técnico correto, mas sim "Implante de Silicone", este termo se popularizou entre profissionais da área da saúde e pacientes para fácil entendimento.
Amei quando fiz minhas Cirurgia Plástica,
ResponderExcluirColoquei minha aqui a Prótese de Silicone