As
aderências cicatriciais estão geralmente associadas a inflamação durante o
período cicatricial, a desordens na deposição de colágeno cicatricial e a falta
de manipulação adequada após a cicatrização total.
Após
sua formação, as aderências ficam mais rígidas, podendo também aumentar de
tamanho ou largura.
Porque a Cicatriz se Torna Aderida?
Quando
a pele é danificada ou lesionada, o corpo trabalha para naturalmente se curar,
porém, não é possível repor exatamente a pele ou tecido danificado.
Nosso
corpo passará por uma cascata de respostas celulares, liberação de mediadores
químicos e fases sobrepostas em todo processo de cicatrização.
E,
nas fases proliferativa e de reparação, nosso corpo deposita fibras colágenas que
não são tão funcionais como as originais, formando uma barreira de proteção no
local que foi lesado.
A
cicatrização é o nome dado a esse processo de reparo pós lesão, em que o tecido
preexistente é substituído por uma cicatriz que quando sofre alterações durante
a fase de reparo, pode se tornar fibrosa, dura, rígida, esbranquiçada, retraída
e alargada.
Isto
é, o tecido conectivo não terá a mesma flexibilidade, elasticidade e
funcionalidade.
Essa
retração tensiona as fáscias, alterando todo o mecanismo de estruturas
corporais locais e adjacentes a lesão.
Essas
aderências da fáscia no tecido conjuntivo cicatricial ocorrem, pois as células
de reparo são jogadas aleatoriamente e desorganisadamente no local da lesão.
Não existe um mecanismo que repare essas estruturas individualmente.
Quais as Consequências de uma Cicatriz Aderida?
Quando
ocorre a aderência ocasionada por má cicatrização, esta perda de movimento do
tecido leva a alterações mecânicas, e consequentemente, a sobrecargas no
tecido, dores, rigidez, limitações, falta de mobilidade ou flexibilidade,
diminuição da circulação, inervação e sensibilidade.
Não
existe um sintoma específico quando a causa é uma cicatriz. Os indícios podem
ser diversos e aparecem em qualquer local do corpo, na qual sofreu uma lesão
tecidual.
Mas
o que mais encontramos na prática clínica, são dores lombares irradiadas ou de
compensação, após uma cirurgia em região de baixo abdômen, e dores em região
cervical ou meio das costas, braços ou lateral da mama, após cirurgia de mamoplastia.
Quando
falamos após a cirurgia, não significa necessariamente e imediatamente após.
Esse processo pode ser longo, e os sintomas, muitas vezes aparecem depois de
meses ou anos.
Essas
restrições de mobilidade se devem, principalmente, a uma estrutura chamada
fáscia.
Fáscia
é uma estrutura que envolve os músculos e vísceras, e serve para tais
estruturas deslizarem uma sobre as outras.
As
fáscias existem pelo corpo todo e estão interligadas umas as outras, podendo
gerar tensões em regiões bem distantes do sítio da lesão.
A Aderência Cicatricial tem Tratamento?
Tem
sim!
Se
for uma aderência leve, o tratamento fisioterapêutico pode resolver, através de
técnicas específicas, aparelhos e instrumentos.
O
processo é lento, e as técnicas devem ser associadas para garantir bons
resultados.
A
duração do tratamento vai depender do tempo de aderência e da resposta corporal
de cada paciente.
Cuidados
para Evitar a Aderência:
-Não
realizar movimentos que tendem a afastar as bordas da cicatriz.
-Não
expor a cicatriz ao sol por no mínimo 6 meses.
-Fazer
o repouso adequado.
-Evitar
movimentos corporais que estendam a pele lesada.
-Evitar
contato de substâncias e produtos não indicados pelo médico na cicatriz,
evitando agressões na pele, inflamações e infecções.
-Não
massagear em cima da cicatriz sem o devido conhecimento.
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