segunda-feira, 2 de julho de 2018

Aderência Cicatricial


As aderências cicatriciais estão geralmente associadas a inflamação durante o período cicatricial, a desordens na deposição de colágeno cicatricial e a falta de manipulação adequada após a cicatrização total.

Após sua formação, as aderências ficam mais rígidas, podendo também aumentar de tamanho ou largura.

Porque a Cicatriz se Torna Aderida?
Quando a pele é danificada ou lesionada, o corpo trabalha para naturalmente se curar, porém, não é possível repor exatamente a pele ou tecido danificado.

Nosso corpo passará por uma cascata de respostas celulares, liberação de mediadores químicos e fases sobrepostas em todo processo de cicatrização.
E, nas fases proliferativa e de reparação, nosso corpo deposita fibras colágenas que não são tão funcionais como as originais, formando uma barreira de proteção no local que foi lesado.

A cicatrização é o nome dado a esse processo de reparo pós lesão, em que o tecido preexistente é substituído por uma cicatriz que quando sofre alterações durante a fase de reparo, pode se tornar fibrosa, dura, rígida, esbranquiçada, retraída e alargada.

Isto é, o tecido conectivo não terá a mesma flexibilidade, elasticidade e funcionalidade.

Essa retração tensiona as fáscias, alterando todo o mecanismo de estruturas corporais locais e adjacentes a lesão.

Essas aderências da fáscia no tecido conjuntivo cicatricial ocorrem, pois as células de reparo são jogadas aleatoriamente e desorganisadamente no local da lesão. Não existe um mecanismo que repare essas estruturas individualmente.

Quais as Consequências de uma Cicatriz Aderida?
Quando ocorre a aderência ocasionada por má cicatrização, esta perda de movimento do tecido leva a alterações mecânicas, e consequentemente, a sobrecargas no tecido, dores, rigidez, limitações, falta de mobilidade ou flexibilidade, diminuição da circulação, inervação e sensibilidade.

Não existe um sintoma específico quando a causa é uma cicatriz. Os indícios podem ser diversos e aparecem em qualquer local do corpo, na qual sofreu uma lesão tecidual.
Mas o que mais encontramos na prática clínica, são dores lombares irradiadas ou de compensação, após uma cirurgia em região de baixo abdômen, e dores em região cervical ou meio das costas, braços ou lateral da mama, após cirurgia de mamoplastia.

Quando falamos após a cirurgia, não significa necessariamente e imediatamente após. Esse processo pode ser longo, e os sintomas, muitas vezes aparecem depois de meses ou anos.

Essas restrições de mobilidade se devem, principalmente, a uma estrutura chamada fáscia.
Fáscia é uma estrutura que envolve os músculos e vísceras, e serve para tais estruturas deslizarem uma sobre as outras.
As fáscias existem pelo corpo todo e estão interligadas umas as outras, podendo gerar tensões em regiões bem distantes do sítio da lesão.

A Aderência Cicatricial tem Tratamento?
Tem sim!
Se for uma aderência leve, o tratamento fisioterapêutico pode resolver, através de técnicas específicas, aparelhos e instrumentos.

O processo é lento, e as técnicas devem ser associadas para garantir bons resultados.

A duração do tratamento vai depender do tempo de aderência e da resposta corporal de cada paciente.

Cuidados para Evitar a Aderência:
-Não realizar movimentos que tendem a afastar as bordas da cicatriz.
-Não expor a cicatriz ao sol por no mínimo 6 meses.
-Fazer o repouso adequado.
-Evitar movimentos corporais que estendam a pele lesada.
-Evitar contato de substâncias e produtos não indicados pelo médico na cicatriz, evitando agressões na pele, inflamações e infecções.

-Não massagear em cima da cicatriz sem o devido conhecimento.



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