Quando pensamos na evolução da medicina, geralmente lembramos das descobertas da cura de doenças, das vacinas, dos antibióticos, etc... mas nunca pensamos no porquê das cores das roupas dos médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde.
O branco nas roupas dos médicos surgiu no final do século XIX, quando se provou que muitas que muitas doenças vinham da falta da assepsia nos hospitais, e a roupa branca, que era sinal de roupa limpa, virou norma.
Entretanto, perceberam que no centro cirúrgico, os profissionais utilizam roupas azuis ou verdes. Será que existe uma boa explicação para isso ou seria apenas uma questão de "look"?
De acordo com um artigo em 1988 do Today's Surgical Nurse, a ideia dos jalecos coloridos foi difundida no começo do século XX por um influente médico que defendia que o verde e azul seriam cores mais confortáveis para um médico visualizar durante as cirurgias (antes disso, os jalecos usados nas cirurgias eram totalmente brancos).
Toda essa mudança ocorreu pois as cores azul e verde são opostas da cor vermelha, do sangue, por isso o médico achou melhor roupas com essas colorações. A cor verde ou azul pode ajudar os médicos a enxergarem melhor. Ao ver essas cores, o cirurgião pode balancear sua visão, pois o vermelho pode atrapalhar na detecção de algo irregular dentro do corpo do paciente.
Observe a figura abaixo, olhe fixamente por 30 segundos para o centro deste coração vermelho e, em seguida, olhe para uma superfície totalmente branca:
Aposto que você viu uma sombra de um coração azul-esverdeado. Pois é, se as roupas e paredes da sala de cirurgia fossem brancas, a visão do cirurgião ficaria muito prejudicada em relação ao vermelho do sangue que ele olha fixamente durante a cirurgia. A ilusão de ótica criaria vários "fantasmas" azuis-esverdeados que fundem à cor do tecido e se tornam neutros. É como se essas cores atualizasse o cérebro dos médicos para a cor vermelha. Isso causa um conforto na visão dos profissionais e aumenta a sua concentração.
O "fantasma das cores" ocorre porque os fotorreceptores de uma cor na retina são fadigados, perdendo a habilidade de enviar informação ao cérebro. Quando a luz branca é vista, as porções daquela cor incidente no olho (no caso o vermelho), não são transmitidas eficientemente como as outras cores, e o resultado é a ilusão de ver a cor complementar. Quando os receptores permanecem em repouso por algum tempo, a ilusão desaparece.
Os truques do cérebro vão além. De acordo com especialistas, o nosso cérebro interpreta uma cor em relação a outra e, olhando por muito tempo para variações entre vermelho e rosa, o sinal dessas cores no cérebro fica desbotado e o cirurgião pode correr o risco de perder a sensibilidade aos tons de vermelho. Assim, olhar para cores frias como verde e azul, de tempos em tempos, atualiza o cérebro a ficar mais sensível ao vermelho.
Você já ouviu falar em "roda das cores"? Trata-se de uma ferramenta importante que demonstra como as cores se relacionam entre si. Nela, as cores azul e verde estão no extremo oposto do vermelho, cor do sangue humano. Dê uma olhada:
Roda das Cores
É tudo uma questão de extremos opostos no espectro de cores: as diversas nuances de vermelho, presentes em abundância nas cirurgias, são as cores complementares de diversos tons de azul e verde.
Ou seja, o vermelho e suas variações estão no extremo oposto do azul e do verde no espectro de cores.
Essa é a razão dos profissionais usarem azul ou verde em sala de cirurgia.
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