A
abdominoplastia é um dos procedimentos mais realizadas em todo mundo, sendo a
terceira cirurgia estética mais realizada no Brasil. As complicações locais
(seroma, hematoma, necrose do retalho dermogorduroso) são as mais frequentes, sendo
que complicações sistêmicas, como trombose venosa profunda e embolia pulmonar,
são raras.
O seroma
pode ser definido como uma coleção líquida, de características exsudativas,
formada profundamente ao retalho dermogorduroso. É a complicação precoce mais
frequente nas abdominoplastias com incidência que varia de 1 a 57%, sendo 10% a
média aceita pela maioria dos autores. A ultrassonografia tem sido o método de
escolha para o diagnóstico de seroma pós abdominoplastia.
Para reduzir
o alto índice de seroma no pós-operatório algumas medidas têm sido
preconizadas, como manipulação reduzida do retalho cutâneo, menor tempo
operatório, uso de drenos de sucção e uso de malhas de compressão no
pós-operatório durante 30 dias. Baroudi & Ferreira descreveram os pontos de fixação do
retalho ("quilting sutures") como a técnica mais importantes
entre todas, com a finalidade de minimizar o espaço morto e, consequentemente,
diminuir o acúmulo de líquido.
A
lipoaspiração, introduzida por Illouz, revolucionou o tratamento das lipodistrofias,
particularmente da região abdominal. As décadas de 80 e 90 foram marcadas por
uma associação cada vez mais frequente entre lipoaspiração e abdominoplastia,
acompanhada também de aumento no número de complicações, entre elas necrose
cutânea, epiteliólise, deiscências, hematoma e, principalmente, seroma.
Na tentativa
de minimizar os riscos de complicação, Saldanha et al. descreveram a lipoabdominoplastia,
procedimento no qual se associa a lipoaspiração à abdominoplastia com
descolamento reduzido e preservação da fáscia de Scarpa na região
infraumbilical. Entretanto, estudos são controversos ao analisar se a
lipoaspiração associada à abdominoplastia aumentaria a incidência de seroma.
Além disso, não existe nenhum estudo na literatura que tenha comparado a
ocorrência de seroma na abdominoplastia e na lipoabdominoplastia por meio de
análise com ultrassom.
O fato é que
para diminuir a incidência de seromas na abdominoplastia, os pontos de Baroudi
ou pontos de adesão são muito importantes para a redução de seroma e muitas
vezes sem a necessidade do uso de drenos de sucção.
COMO TRATAR O SEROMA?
- punções repetidas e programadas em curto espaço
de tempo;
- realizar as punções em condições máximas de
assepsia e esterilização;
- se o cirurgião sentir necessidade, fazer um ponto
de anestésico local para prevenir a dor durante o manuseio da punção;
- normalmente a punção se faz através de uma agulha
de grosso calibre e seringa;
- é indicado o controle clínico e, se necessário, a
prevenção com antibiótico, pois tal coleção é susceptível de infecção;
- se for evidenciada suspeita de infecção, colher
material para bacterioscopia, antibiograma e suporte clínico terapêutico; a
sintomatologia inflamatória deve ser avaliada e combatida com prescrição médica
adequada;
- manter o paciente sob controle médico cirúrgico
observando que o objetivo do tratamento é a diminuição do volume e a compressão
para reduzir o espaço de descolamento (loja do seroma).
- O tratamento fisioterapêutico é de grande importância durante este processo.
Saiba como reconhecer um Seroma:
Vídeo mostrando a punção de seroma pós abdominoplastia
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