terça-feira, 18 de julho de 2017

O Uso da Cinta, a Modelação do Tecido Adiposo e as Deformidades Causadas pelos Corsets

O uso das cintas abdominais modeladoras, corselets e espartilhos já são velhos conhecidos, e há décadas eles vem sendo usados de forma cada vez mais frequente pelas mulheres brasileiras, inclusive nas academias, com o intuito de uma cinturinha de pilão. As mulheres buscam no produto uma tentativa de modelar um contorno indesejado, mas a utilização tanto da cinta modeladora como da prática do Tight Lacing (corsets e espartilhos) devem seguir algumas orientações básicas para não prejudicar a saúde. 

 
Cintas Modeladoras

Diferença entre Cinta Modeladora e Espartilhos/Corsets

Corsets e Espartilhos:

A prática do Tight Lacing, com o uso de corsets e espartilhos muito apertados, podem enfraquecer a musculatura dorsal e ventral (abdominal e paravertebral) cuja função é de proteger e conter os órgãos internos do abdome. O enfraquecimento da camada muscular se deve à possibilidade de atrofiamento da região por impedir que o abdome realize seu movimento muscular natural, o que pode acontecer com a musculatura após 2 meses ininterruptos de uso. Alguns estudiosos relatam que mais de 4 horas por dia já pode causar fraqueza nos músculos e causar efeitos contrários como a tão temida flacidez na barriga devido à atrofia muscular do abdome por desuso, além de poder fazer com que a pessoa desenvolva hérnia de disco e dores na coluna.

A complicada estruturação anatômica dos espartilhos apertavam as cinturas chegando a reduzi-las a 40cm  de diâmetro o  que causava pressão nos órgãos, deformação da caixa torácica, ou perfuração dos órgãos por costelas quebradas, sem falar que o espartilho somado ao grande volume formado por várias camadas de roupas da época, que limitava ainda mais os movimentos.


A força de um espartilho apertado cria uma pressão não só sobre os pulmões, mais sobre todos os órgãos internos que mudam de posição para acomodar o novo esqueleto. Ilustração de 1884.

Os espartilhos e corselets de alta compressão (as Tight Lacing), se usadas por um longo período, podem causar, problemas de saúde, como alterações circulatórias, varizes, inchaços nas pernas e pés são os mais comuns. O uso abusivo com muita compressão pode machucar a pele, fazer cicatrizes, obstruir a passagem do sangue na região abdominal. Pode causar até deformidades e fazer a pessoa respirar de uma maneira mais curta e sentir falta de ar. . A intensidade da força que as cintas e espartilhos para fins estéticos exercem no paciente é outro fator para ficar atento, pois corre o risco de ter suas costelas flutuantes curvadas e obter o efeito de deformidade torácica permanente, e isso não é mais visto como beleza.

Relato de mulher que usou espartilho


Pele machucada com o uso do corselet

Pressão sobre os órgãos internos

Deformidade da caixa torácica e pressão sobre órgãos internos devido o uso abusivo dos espartilhos/corsets


Uma pequena introdução sobre as costelas flutuantes.
São costelas que não tem nenhum tipo de ligação com o osso esterno. Suas funções são proteger os órgãos internos e ajudam na respiração auxiliando os movimentos respiratórios.
Sua remoção pode ser um grande prejuízo, pois como função de proteger os órgãos, uma pancada forte na região pode ser fatal, pois evidencia alguns órgãos tornando-os mais sensíveis.
Muitas mulheres cobiçam uma cintura fina e acabam usando alguns apetrechos como espartilhos e corsets, para conquistar a tão cobiçada cintura e perder algumas medidas.
Esses métodos empurram as costelas flutuantes para dentro, dando a falsa impressão de cintura fina, mas que na verdade é uma deformação da caixa torácica.

Se o procedimento é feito em uma idade onde os ossos estejam em formação, pode prejudicar a principal função da caixa torácica que é proteger os órgãos internos.
Além da deformação, esse método também dificulta a respiração fazendo com que a expansão do abdômen seja prejudicada causando atelectasia que é "a dificuldade de uma área do pulmão conseguir se expandir". Também bloqueia a passagem do sangue, com isso ele fica parado nas pernas o que pode causar inchaços e varizes. Comprime o estômago quando usado durante a alimentação fazendo com que sejam diminuídos os movimentos peristálticos.

Esta técnica utiliza de barbatanas de diferentes tipos (como uma armadura de ferro) para modelar a cintura.

Diferentes tipos e funções das barbatanas dos espartilhos




No esquema abaixo, mostram-se as costelas antes e depois de utilizar a cinta apresentando já uma deformação na caixa torácica.
Fig.1 Caixa torácica em condição normal. Fig.2 Caixa torácica com deformidades

Imagem de 3 diferentes níveis de deformidades de costelas pelo uso abusivo do espartilho/corselet

JL Comstock é um dos mais famosos críticos à respeito do espartilho no século 19. Ele explicava que as mulheres jovens estavam sobre uma enorme pressão para ser esteticamente agradável aos homens. Mas registros contemporâneos mostram que as mulheres os usavam porque as faziam sentir atraente e bem vestida, além de ser um indicador de status. Os corpetes remodelavam o corpo natural para o que era visto como desejável, jovem e sexualmente atraente. O espartilho era usado tanto para impressionar os homens quanto para afirmar a posição de uma mulher entre outras mulheres. As deformidades causadas pelos corpetes e espartilhos eram um problema sério.  Sem dúvida, uma vez que muitas mulheres usavam espartilhos desde crianças, não era incomum que sua caixa torácica envergasse. 
Fig.1 Criança já fazendo uso de espartilhos. Fig.2 Caixa torácica do Séc.19 mostram danos causados por espartilho

Cintas Modeladoras:

A invenção das cintas modeladoras pelo estilista Paul Poiret surgiu como evolução dos espartilhos porém com afrouxamento da silhueta mostrando a beleza natural do corpo feminino compreendendo uma nova maneira em que os corpos das mulheres interagiam com suas roupas e elas foram intensamente usadas pelas mulheres entre 1920-70, e hoje voltam com força total.

As cintas modeladoras com o passar dos anos foram se aperfeiçoando e se tornando mais leves,  diminuindo a intensidade da contração exercida no corpo e ganharam novas malhas com tecnologias e funções variadas, chegando a um alto nível de sofisticação, qualidade e conforto.

De acordo com o cirurgião plástico Marco Cassol, após muito tempo de uso de qualquer cinta modeladora, de corselets ou de espartilhos muito apertados, usados no dia-a-dia ou durante a prática de atividades físicas e, pois mais de 4 horas diárias, podem trazer riscos devido a restrição respiratória e flacidez muscular do abdome e da musculatura paravertebral.



As cintas modeladoras, seja de velcro ou de colchetes, mesmo sendo menos apertadas que os corsets, não conseguem eliminar as temidas gordurinhas da barriga, nem mesmo reduzir medidas de forma definitiva. O que acontece é uma distribuição da gordura.

Sabemos que o tecido adiposo é um tecido dinâmico, que responde a estímulos externos como por exemplo nossas calças jeans ou as alças dos nossos sutiãs. Observe a foto da distribuição da gordura do abdome com o uso de calça jeans baixa ou calcinhas apertadas. Isso acontece devido a acomodação do tecido adiposo a estes estímulos externos frequentes.



Marca permanente de peça íntima

Marca permanente de peça íntima que será eliminada na Abdominoplastia

Porém não se deve usar desta ferramenta, as cintas, por tempos muito prolongados, a consequência disso pode gerar varizes, edema, dificuldade de digestão e de respiração, cansaço fora do normal e problemas ligados aos órgãos sexuais.

Além disso, seu uso indiscriminado pode resultar em um abdome com mais glóbulos devido à perda da resistência da musculatura. O Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também desaconselha o uso para essa finalidade: “mudar a forma comprimindo alguma parte do corpo não traria nenhum resultado expressivo. A compressão neste caso é momentânea o e resultado desaparece em pouco tempo. A crença do consumidor nesse tipo de produto precisa acabar”. A dermatologista Gabriella Correa esclarece que também existem, além da cirurgia plástica, tecnologias que auxiliam na perda de gordura, mas cintas modeladoras não cumprem essa função: “não tem como afinar a cintura sem perder gordura”.

Fazer exercícios e dormir com qualquer tipo de cinta modeladora também são hábitos contraindicados, pois prejudicam nas contrações musculares. Portanto, nenhuma delas são saudáveis sem a devida indicação médica.

Porém, existe formas que o uso da cinta modeladora é indicada. No caso de cirurgias plásticas nas quais o reposicionamento da pele é muito modificado, o uso das cintas é benéfico, já que oferece a estabilidade necessária para a cicatrização, ajuda na retração da pele e oferece sustentação da pele que foi descolada e recolada na abdominoplastia. Após a realização de uma lipoaspiração, a cinta modeladora oferece estabilidade, ajuda na retração da pele e previne contra edemas acentuados e sangramentos, comuns nas cirurgias plásticas, auxiliando também na drenagem linfática da região pela pressão exercida.

Há uns anos atrás, os estudos mostravam que a cinta modeladora era indicada de se usar por 3 meses em média no pós-operatório de cirurgias plásticas.
Mas os estudos avançaram, e hoje os especialistas mostram que o uso contínuo de cintas pós-operatórias sem prejudicar a musculatura é de 1 a 2 meses.


As cintas modeladoras também tem indicação médica nos casos posturais, especialmente durante a gravidez, pois muda o eixo de equilíbrio do corpo e evita dores ocasionadas pelo peso da barriga. Deve ser usada sob orientação médica as cintas específicas para grávidas e pós parto, que proporcionam conforto e sustentação, sem prejudicar a mãe e o bebê. O uso inapropriado de cintas erradas durante a gravidez podem causar diversas complicações como compressão do útero, da bexiga e de algumas artérias e veias; pode causar ainda mais inchaço, o trabalho de parto pode ser prematuro ou até mesmo causar a compressão da placenta e do cordão umbilical que podem colocar a vida do bebê em risco. 


Vale lembrar que as cintas usadas no pós-operatório ou na gestação oferecem muito menos pressão do que as usadas para esses fins estéticos como os corselets e os espartilhos .

Um fato importante é, que o uso esporádico das cintas modeladoras, com o objetivo de modelar o corpo para usar um vestido, por exemplo, não causam danos à saúde, diferentemente da pratica do Light Lacing. Os métodos mais saudáveis de conquistar o corpo desejado são através da prática regular de atividades físicas e da alimentação saudável. O procedimento cirúrgico de lipoaspiração também pode ajudar a diminuir a cintura. Procure orientação médica. 



2 comentários:

  1. Boa parte das imagens você pegou do meu blog. Assim como alguns trechos de textos sem dar nenhum crédito. Mas o que me preocupou muito foi a falta de organização das informações. Corset e espartilho se trata da mesma peça. Imagens ateibuidas ao uso de cintas na verdade são de uso de corsets. Uma imagem de lesão na pele (a toda vermelha) não tem nada que foi ocasionado por espartilho mas é uma imagem alertando sobre dermografismo que tem em meu blog. Uma outra que mostra uma ressonância magnética de alguém usando corset vc se refere a deformidade ocasionado pelo corset! Faltou uma atenção ABSURDA na leitura e levantamento das informações colocadas aqui!

    Colocar seu logotipo nas imagens pegas no meu blog tb foi o cúmulo 😅

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  2. Boa parte das imagens você pegou do meu blog. Assim como alguns trechos de textos sem dar nenhum crédito. Mas o que me preocupou muito foi a falta de organização das informações. Corset e espartilho se trata da mesma peça. Imagens ateibuidas ao uso de cintas na verdade são de uso de corsets. Uma imagem de lesão na pele (a toda vermelha) não tem nada que foi ocasionado por espartilho mas é uma imagem alertando sobre dermografismo que tem em meu blog. Uma outra que mostra uma ressonância magnética de alguém usando corset vc se refere a deformidade ocasionado pelo corset! Faltou uma atenção ABSURDA na leitura e levantamento das informações colocadas aqui!

    Colocar seu logotipo nas imagens pegas no meu blog tb foi o cúmulo 😅

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