segunda-feira, 3 de julho de 2017

Seroma na Abdominoplastia

A abdominoplastia é um dos procedimentos mais realizadas em todo mundo, sendo a terceira cirurgia estética mais realizada no Brasil. As complicações locais (seroma, hematoma, necrose do retalho dermogorduroso) são as mais frequentes, sendo que complicações sistêmicas, como trombose venosa profunda e embolia pulmonar, são raras.
O seroma pode ser definido como uma coleção líquida, de características exsudativas, formada profundamente ao retalho dermogorduroso. É a complicação precoce mais frequente nas abdominoplastias com incidência que varia de 1 a 57%, sendo 10% a média aceita pela maioria dos autores. A ultrassonografia tem sido o método de escolha para o diagnóstico de seroma pós abdominoplastia.


Para reduzir o alto índice de seroma no pós-operatório algumas medidas têm sido preconizadas, como manipulação reduzida do retalho cutâneo, menor tempo operatório, uso de drenos de sucção e uso de malhas de compressão no pós-operatório durante 30 dias. Baroudi & Ferreira descreveram os pontos de fixação do retalho ("quilting sutures") como a técnica mais importantes entre todas, com a finalidade de minimizar o espaço morto e, consequentemente, diminuir o acúmulo de líquido.




A lipoaspiração, introduzida por Illouz, revolucionou o tratamento das lipodistrofias, particularmente da região abdominal. As décadas de 80 e 90 foram marcadas por uma associação cada vez mais frequente entre lipoaspiração e abdominoplastia, acompanhada também de aumento no número de complicações, entre elas necrose cutânea, epiteliólise, deiscências, hematoma e, principalmente, seroma.

Na tentativa de minimizar os riscos de complicação, Saldanha et al. descreveram a lipoabdominoplastia, procedimento no qual se associa a lipoaspiração à abdominoplastia com descolamento reduzido e preservação da fáscia de Scarpa na região infraumbilical. Entretanto, estudos são controversos ao analisar se a lipoaspiração associada à abdominoplastia aumentaria a incidência de seroma. Além disso, não existe nenhum estudo na literatura que tenha comparado a ocorrência de seroma na abdominoplastia e na lipoabdominoplastia por meio de análise com ultrassom.

O fato é que para diminuir a incidência de seromas na abdominoplastia, os pontos de Baroudi ou pontos de adesão são muito importantes para a redução de seroma e muitas vezes sem a necessidade do uso de drenos de sucção.

COMO TRATAR O SEROMA?

- punções repetidas e programadas em curto espaço de tempo;
- realizar as punções em condições máximas de assepsia e esterilização;
- se o cirurgião sentir necessidade, fazer um ponto de anestésico local para prevenir a dor durante o manuseio da punção;
- normalmente a punção se faz através de uma agulha de grosso calibre e seringa;
- é indicado o controle clínico e, se necessário, a prevenção com antibiótico, pois tal coleção é susceptível de infecção;
- se for evidenciada suspeita de infecção, colher material para bacterioscopia, antibiograma e suporte clínico terapêutico; a sintomatologia inflamatória deve ser avaliada e combatida com prescrição médica adequada;
- manter o paciente sob controle médico cirúrgico observando que o objetivo do tratamento é a diminuição do volume e a compressão para reduzir o espaço de descolamento (loja do seroma).
- O tratamento fisioterapêutico é de grande importância durante este processo.




Saiba como reconhecer um Seroma:



Vídeo mostrando a punção de seroma pós abdominoplastia


Nenhum comentário:

Postar um comentário