Taping no Pós Operatório de Cirurgias Plásticas

Apesar de variadas nomenclaturas, o taping, também conhecido por tape, terapia compressiva, bandagem elástica funcional,  bandagem neuromuscular ou kinesio tape, é uma técnica de bandagem terapêutica utilizada por fisioterapeutas, que foi desenvolvida pelo fisioterapeuta e quiroprata Kenzo Kase em 1973, no Japão, com o intuito de criar um material que apresentasse elasticidade, espessura e peso semelhantes à pele a fim de otimizar as funções fisiológicas do organismo, necessárias ao processo de recuperação do corpo sem restringir o movimento. A bandagem é um adesivo hipoalérgico, a prova d'água, sensível ao calor e não possui nenhuma substância medicamentosa.

Bandagem Elástica Funcional

Existe também a bandagem rígida, criada pelo fisioterapeuta Jenny McConell em 1986, que pode permanecer no paciente por até 36 horas, atuando na recuperação biomecânica e proprioceptiva das articulações ou no pós operatório de cirurgias plásticas. O fisioterapeuta saberá qual a melhor bandagem e técnica a ser utilizada para cada paciente. 

Bandagem Rígida

As bandagens podem promover um aumento da estimulação somatossensorial e consequentemente um input proprioceptivo e mecanorreceptivo, possibilitando respostas como inibições, ativações e facilitações, além de diversos efeitos por meio de mecanismos neurofisiológicos e biomecânicos, dependendo do objetivo de uso. É muito utilizada em lesões musculoesqueléticas, disfunções do sistema neurológico, dermatológico (em queimados), linfático, vascular, oncológico e dermatofuncional. 

Inicialmente, sua aplicação era voltada para a área desportiva, com a evolução das pesquisas científicas houve ampliação nas áreas de atuação, inclusive na fisioterapia dermatofuncional, foco desta publicação.

A aplicação da bandagem, dependendo do seu recorte (que pode ser em Y, V, I, X, em garfo, entre outros) e da quantidade de tensão empregada (0 a 100%), teoricamente, geraria diferentes efeitos fisiológicos, e entre os principais efeitos destacados na dermatofuncional são:
***Ativação no processo de drenagem, uma vez que permite um maior espaço entre a pele e o tecido muscular, liberando o tecido conjuntivo. Também age abrindo as vias linfáticas, deslizando sobre a pele em relação à fáscia, o que, por sua vez, estimula a circulação venosa e linfática.
***Pós operatório de cirurgias plásticas (tratamento e prevenção de edema, dor, equimose, fibrose, mobilização cicatricial (cicatrizes inestéticas, aderidas e retraídas).

***É contra indicado a aplicação em regiões malignas ativas, sobre celulites, infecções ativas de pele, feridas abertas, TVP, alta sensibilidade a óxido de zinco e látex.

Aplicação em I, X e Y

Aplicação em V

Aplicação em garfo

Em casos de edema, é importante lembrar que o tape deve ser aplicado com base próximo ao nódulo linfático, para onde será dirigido o exsudato, líquido responsável pela formação do edema. O taping deve ser aplicado de forma correta (tensão e tipo de corte) para garantir o resultado da aplicação.

Aplicação mal executada do Taping

A técnica é uma excelente opção de terapia complementar nos programas de pós operatório para continuar intervindo, ou seja, tratando o paciente no final de semana, momento este que, provavelmente, o paciente não realizará a sessão de pós operatório.

Aplicação de taping na equimose pós lipoaspiração

Aplicação de fim de semana com retirada em 3 dias

Usar tape para o tratamento de edema e equimose pode acelerar a absorção do exsudato, prevenindo complicações e devolvendo mais rapidamente o paciente às suas atividades de vida diária.

Outra aplicação de grande valia do taping no pós operatório de cirurgias plásticas é com relação a dores musculares. A dor lombar é muitas vezes associada a abdominoplastia e as dores na região do trapézio é associada a cirurgia de redução de mamas.

 

O fisioterapeuta deve realizar um programa de aplicação que será adaptado à necessidade de cada paciente. Após aplicada, as bandagens apresentam efeito a longo prazo, agindo até sua retirada. Ela dura em média 3 dias, podendo perdurar um pouco mais que um fim de semana. Deve ser mencionado que são impermeáveis, motivo pelo qual, poderiam causar impedância, em relação aos recursos eletroterapêuticos futuros. Vale lembrar que é uma técnica específica e que deve ser aplicada por profissionais capacitados pois o mau uso do taping, com pressão errada, pode prejudicar o resultado do tratamento.