Antes de qualquer coisa, é importante saber que as cicatrizes são tecidos fibrosos, que substituem os tecidos normais abertos em decorrência da cirurgia e lesões da pele.
O processo de recomposição da pele varia de acordo com as respostas intrínsecas e extrínsecas do paciente, e pode levar à formação de diferentes tipos de cicatriz.
O último congresso Europeu de Dermatologia, em Viena, reuniu os mais renomados especialistas em tratamentos estéticos de todos os continentes, e trouxeram várias novidades para uma técnica já tão consagrada, como é o Botox.
Uma grande novidade apresentada é que a toxina botulínica tem sido utilizada com resultados bastante animadores para o tratamento de vários tipos de cicatrizes, bem como dos queloides.
O tratamento de cicatriz facial é considerado um dos problemas mais difíceis e que enfrentam dermatologistas e cirurgiões plásticos, porque vários fatores atuam para influenciar o resultado final da sua cicatrização.
Como funciona o tratamento de cicatrizes e queloides com Botox?
O caráter único dos músculos de expressão facial, que se ligam a pele colocam a cicatriz sob estresse contínuo, através das linhas de tensão durante a fase de cicatrização, com a consequente complicação da cicatrização da ferida.
O papel da toxina botulínica é agora bastante reconhecido em procedimentos estéticos faciais.
Essa injeção paralisa a musculatura e permite uma cicatrização ideal para ocorrer antes da atividade muscular se recuperar.
O Botox pode ser utilizado associado à técnicas clássicas, como a terapia de compressão, a infiltração local de corticosteróides, imunomoduladores, bem como a Luz Intensa Pulsada (LIP).
Existe a indicação do seu uso para as cicatrizes mais recentes, bem como naquelas mais antigas, provenientes de tireoidectomia, cesarianas, próteses mamárias, abdominoplastia, etc
Quem tem tendência a cicatrizes hipertróficas ou queloideanas, já pode recorrer a tratamentos preventivos, caso vá se submeter a uma intervenção cirúrgica.
O mecanismo de ação do Botox na melhora das cicatrizes e dos queloides ocorre quando ele é aplicado nestas áreas, e irá funcionar como uma "placa de repouso químico", provocando uma diminuição significativa dos movimentos e da tração ocorridas nas bordas da ferida, o que em última análise, as mantém em um repouso relativo.
Sem esta movimentação de contração, a cicatriz não fica estirada, o que permite que se recupere melhor (um dos fatores de cicatrização ruim é o estiramento de suas bordas, que estimula a formação de uma cicatriz mais espessa, dura e fibrosa para tentar vencer o estiramento). Contudo, possivelmente, além do efeito do estiramento, há também uma ação direta nas células do local.
Estudos in vitro demonstraram uma redução na formação de novos vaso sanguíneos após o uso do Botox. Com menos vasos sanguíneos formados, a cicatriz fica menos avermelhada e há menos suporte de sangue para estimular uma marca muito intensa (espessa e avermelhada).
Outros pesquisadores acreditam num efeito direto da toxina Botulínica no fibroblasto, a célula responsável pela produção de colágeno, além de diminuir a expressão de TGF-beta, uma citocina que é super importante na formação de cicatrizes inestéticas.
Quando esta célula produz colágeno em excesso, a cicatriz fica mais espessa.
Há estudos de pequeno porte demonstrando tanto a ação no fibroblasto quanto na ausência de ação na célula.
A questão não é só estética. Uma cicatriz endurecida pode impedir que haja movimentação adequada da região, além de causar dor e coceira.
O número de sessões e terapias associadas variam de caso para caso, de paciente para paciente. Pergunte ao seu médico!
Estas figuras mostram um cicatriz de retirada de tireoide. Foi dividida a cicatriz, onde metade dela recebeu aplicações de toxina botulínica e a outra metade, solução fisiológica. Em 6 meses de tratamento, ficou nítido o efeito do Botox em cicatrizes, com considerado resultado estético.
Já está comprovado está técnica podemos acreditar no resultado final em cirurgia de quelóide.
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